Por que não existe vacina contra a Hepatite C?

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Scripps, explica que uma das proteínas-chave nesta doença é muito flexível e suas mudanças de forma confundem o sistema imunitário

Imagem do vírus da Hepatite C. Crédito: Bruce Blaus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, a nível mundial há entre 130 e 150 milhões de pessoas com Hepatite C crônica. E, a cada ano morrem cerca de 700.000 por problemas de fígado decorrentes da doença para a qual não existe vacina, e apesar dos esforços dos especialistas para desenvolver uma.
Agora, um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisa Scripps (TSRI) foi descoberto por que era tão difícil produzi-la. O primeiro passo foi a realização de um mapa molecular da estrutura da proteína E2, que envolve o vírus e também do receptor, onde se une às células do fígado, conhecido como CD81bs. Este último é determinante quanto à habilidade de hepatite para infectar a célula do hospedeiro, mas também provou ser muito acessível para os anticorpos e, por isso, os especialistas haviam se centrado nele para desenvolver vacinas. O problema, descobriram os cientistas do TSRI, liderados por Mansun Law, é que a proteína E2, em particular, a seção do receptor, é extremamente flexível e apresenta uma ampla variedade de formas, o sistema imunológico em que os anticorpos não conseguem neutralizar.
“Devido a esta flexibilidade – explica Law em um comunicado – utilizar esta proteína em as vacinas pode não ser o melhor caminho. Talvez seja possível projetar uma versão que seja menos flexível para obter uma melhor resposta no lugar certo e não tantas respostas fora de objetivo”. O estudo foi publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences.

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