Evidência científica de que a fadiga crônica é uma doença real

Analisam as chaves do sistema imune e descobrem sinais próprias pessoas que sofrem com esta doença

No total foram identificadas 51 biomarcados característicos de pessoas que sofrem com ME. Crédito imagem: Geralt
Só em Portugal sofrem de 50.000 pessoas. No mundo, existem mais de 17 milhões de pessoas que dela padecem e é 4 vezes mais comum entre mulheres do que entre os homens. Trata-Se da Síndrome de fadiga crônica ou doença miálgica (EU, por suas siglas em inglês), uma doença que provoca fadiga extrema, dor nas articulações e na cabeça, problemas de memória e se desenvolve entre os 20 e os 40 anos. Mas até agora, devido à falta de provas, foi considerado por muitos como um distúrbio psicológico.
Os sintomas podem ser tão graves que algo tão simples como lavar os dentes para se transformar em uma tarefa titânica.
Um novo estudo, realizado por especialistas do Centro de Infecção e Imunologia da Universidade de Columbia, foi encontrado, pela primeira vez, evidências de que se trata de uma doença biológica. Em especial a equipe, chefiada por Mady Hornig, achou 51 biomarcadores no sistema imune específicos de pessoas com ME.
Hornig analisou o sistema imune de 298 paciente que conviviam com ME, desde há pelo menos 3 anos e os comparou com um grupo controle, 348 indivíduos saudáveis de ambos os sexos e diferentes idades. Os pacientes diagnosticados com doença miálgica mostraram em estudos um aumento de cerca de moléculas que regulam as respostas imunes, as cotiquinas e, em particular, da interferon gama, que já tinha sido ligada previamente com aquelas pessoas que experimentam a fadiga, depois de sofrer uma gripe ou outra infecção viral.
“Agora temos evidências que confirmam o que milhões de pessoas sabiam – aponta Hornig, em um comunicado –: o EU não é psicológico. Nossos resultados acelerarão o processo de diagnóstico e permitem criar nossas estratégias para o seu tratamento”. O estudo foi publicado na revista Science Advances.

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