Os jogos de treinamento cerebral não servem para nada

Um novo estudo investigou os efeitos benéficos: são menores do que se pensava

De certeza que já viu mais de um anúncio onde se asseguram que graças a estes jogos te farás mais inteligente, irá melhorar as suas capacidades cognitivas e poderá fortalecer sua memória. Mas uma nova pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida (FSU) tem jogado por terra o marketing que utilizam essas ferramentas para atraerte.
Segundo Neil Charness, professor de psicologia e especialista em envelhecimento e cognição, juntou-se à Wally Boot, um professor associado de psicologia e estudante de pós-graduação com a finalidade de colocar à prova a teoria de que os jogos cerebrais ajudam a manter a função cognitiva. Boot diz que “nossos achados e estudos anteriores confirmam que não existem apenas evidências de que este tipo de jogos você possa melhorar a sua vida de forma significativa”.
A popularidade dessas ferramentas de entretenimento cerebral se transformou a indústria que se dedica a desenvolvê-las em negócios bilionários. No entanto, a sua eficácia é mais do que discutível e já foram multadas em mais de uma ocasião, por publicidade enganosa. Segundo Boot, “cada vez mais empresas estão começando a ser multadas por este tipo de reclamações infladas e isso é algo bom. Estas afirmações exageradas não são consistentes com as conclusões de nosso último estudo”.
A equipe da FSU centrou-se em saber se os jogos cerebrais poderiam aumentar a “memória de trabalho” (ou memória operacional) que utilizamos ao realizar uma multiplicidade de tarefas. Em seu estudo, contaram com um grupo de voluntários que jogaram a este tipo de jogos que supostamente treinam o cérebro e outros que se dedicaram a fazer palavras cruzadas ou quebra-cabeças mentais de diferentes tipos. O objetivo dos pesquisadores era descobrir se os jogos melhoraram a memória de trabalho dos jogadores e, consequentemente, de outras habilidades mentais, como o raciocínio, a memória ou a velocidade de processamento.
E o certo é que não. Segundo explicou Charness, “é possível treinar as pessoas para que seja boa em tarefas concretas da memória de trabalho, como memorizar 70, 80 ou 100 dígitos. Mas estas capacidades tendem a ser muito específicas e não são extrapolados para outras. O mesmo acontece com as pessoas idosas que fazem palavras cruzadas com o fim de melhorar a sua memória: não vão se lembrar onde deixou as suas chaves ou outra informação, por fazer mais”.
Charness recomenda que, em vez de se sentar em frente ao PC ou tablet e se divertir com estes jogos, as pessoas fazem exercícios aeróbicos. Será muito mais benéfico.
Fonte: sciencedaily.com

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